sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Talento ou ocasião?

A ocasião faz o ladrão, será? E o talento? Somos o que somos porque queremos ou porque o ambiente em que estamos nos obriga a ser? Tudo é acaso, como diz a canção dos Titãs?

Desde cedo tenho uma ansiedade por crescer... Cresci? O fato é que vejo as coisas de outra forma, mudei. De casa, de emprego, de amigos... Graças a Deus! Se a leitura renova, o conhecimento liberta, mas só o estudo nos transforma. E chega de palavras belas!

Temo e teimo a expor o que penso, o que sinto. Como se o que eu penso fosse menor que o pensamento alheio. Ingênua: 26 anos, duas faculdades, mestrado, livro, emprego, profissão, reconhecimento, talento, aptidões físicas... Arrogância? Auto-estima? Confesso que é a primeira vez que escrevo e 'falo' quem eu sou dessa forma... Talvez era o que eu precisava para libertar as idéias, os sonhos...

Escrevo como caiçara, porque mesmo que eu quisesse escrever sob qualquer outro adjetivo, antes de todos eles sou isso. Ingênua, medrosa, honesta, determinada, como uma boa caiçara. Todos são assim? Não! Talento ou ocasião? Exponho sem medo que minha cidade natal tem problemas. Sem medo digo que é uma cidade maravilhosa.

Mas as palavras são nossa redenção. O medo se vai quando é vencido pela determinação. Temos o que merecemos. Se achamos que não merecemos o que temos, precisamos buscar o que queremos. Porque o que queremos, isso temos, e o que temos, isso merecemos. É bom saber querer... Nesse momento quero muitas coisas. Nem todas compartilho. Dentre a minoria compartilhável, destaco o fortalecimento do ser, a exaltação das identidades, a busca por aquilo que sou, que somos... Sem máscaras, sem medos.

Em tempos de maior preocupação com a estética do que com a ética, conflitos inter e intrapessoais são compatilhados em cada vez maior número. E quem os compartilha os completa com reclamações. Temos o que merecemos, para melhorar basta querer. Mas as máscaras iludem: quem é o culpado pelos problemas? Em uma cidade esburacada: o governo? Em uma relação terminada: o amigo que traiu? Nós... Próximos a eleições todos são vítimas, e todos são culpados. E nós? Pobres eleitores ou algozes dos pobres candidatos? Próximos a festas como natal e carnaval todos são vítimas e todos são culpados? Pobres amigos traídos ou algozes dos pobres acusados de traição?

Talvez todos tenhamos máscaras, ou sejamos máscaras. Afinal, quem somos? Há que se refletir: quem sou? Para quê? Para quem? O que está a minha volta tem reflexos sobre mim? E eu sobre tudo? Felizes aqueles que são, e melhores os que são e querem ser. Talento ou ocasião?

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