Utopias criadas a partir de quê? Afinal, há que se ter uma origem... Difícil saber... Talvez os livros, os filmes, o próprio conhecimento querendo se livrar da realidade...
Saudade dos problemas: "qual cor escolher para pintar um desenho"! Crescidos temos tristes problemas que não podem ser enfrentados, ou que podem, mas nem sempre resolvidos.
Vendo 'Alice no país das Maravilhas', 'O Fantástico Mundo de Bob", e é claro o futuro clássico "Avatar", dá medo e ao mesmo tempo uma ansiedade pelo que estamos fazendo com os lugares que vivemos. Ou com o que não estamos fazendo pelos lugares temos. Digo lugares, mas para nem todos o são. Tuan já escreveu exaustivamente sobre esses conceitos, tão claros e tão ignorados. Enquanto estivermos em espaços e não em lugares, deixaremos de ser quem somos. Sempre forasteiros, sempre andantes, sempre nômades. Sempre em busca de algo melhor. Melhor pra quem? Pra quê? O que é melhor? Valores que se transformam com a gente, e na maioria das vezes involuntariamente. O melhor é um quintal limpo. E o que é um quintal limpo? Sem plantas, sem folhas embaixo das árvores. Isso é mehor pra quem? Nem pra nós...
A ausência de reflexão, de pausas - estas sim essenciais para nos dar a noção de lugar - nos faz ver tudo como espaços emprestados e de pouco valor, ou de valor momentâneo. Quando não serve mais, pôe fogo, tira as árvores, asfalta...
Pausa.
Olho os morros da janela, o mar, e é claro: a estrada. Nada contra: preciso dela! E preciso de tantas outras coisas... Nossas necessidades estão ficando cada vez mais suicídas. Precisamos de coisas que nos fazem mal. Um vício em modernidade. Uma necessidade de melhorar, e imediantamente - o mais rápido possível. O importante é o agora. Para as populações primitivas o agora também é importante. Pra quê acumular riquezas se não sabemos se precisaremos delas? Mas não é desse agora que a nossa modernidade está permeada. Não são mais só as riquezas concretas. Esse tempo já foi. São as riquezas abstratas, como o prazer em gastar. O que é importante não é só o bem, mas ação de possuí-lo. Sim, porque possuir é uma ação que se emprega cada vez com mais agressividade. "Isso é meu", "Tenho um desse", "Perdi aquilo"... Possuímos e não nos cansamos de possuir..
Minha gana em estudar populações primitivas está em me conhecer e ser melhor. Não A melhor, e sim melhor apenas. Melhor do que sou hoje, para viver em paz. E essa cultura de população primitiva, exemplo que sou como caiçara, tem sido engolida pelo vício em modernidade. Para quê? Para quem?
Professores que pregam o socilismo se matam dando 60 aulas por semana para ter uma vida melhor. Para que? Para quem? Não sou de direita, nem de esquerda. Não acho que as profissões fundamentais para a manutenção positiva da sociedade são valorizadas. Saúde, Educação, Segurança na verdade são política. Mas não a política grega em benefício do coleitvo. E sim a política partidária, em benefício de pessoas que não sentem, não pensam, não refletem. Apenas querem melhorar sua vida com carros, imóveis, luxo em geral. Para quê? Para quem?
Pesssoas com ideais utópicos estão abandonando suas utopias para encarar uma realidade dura e de probleas que não podem ser enfrentados, ou que podem, mas não resolvidos.
A escrita é nossa única fuga... O conhecimento: nosso único caminho...
Leia o que escrevi para alguém e ouvirão: "Utopias!".
Um espaço para compartilharmos nossas experiências, sentimentos, conhecimentos e motivações em relação a nós mesmos: CAIÇARAS!
terça-feira, 3 de abril de 2012
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